Antes de tudo, precisamos entender que somos pessoas diferentes umas das outras. Deus criou o homem diferentemente dos demais animais com uma capacidade de reprodução extraordinária. Não há em toda a terra, duas pessoas que sejam exatamente iguais. Primeiro, pela combinação genética que possibilita a formação de bilhões de criaturas diferentes. Segundo, porque ninguém passa pelas mesmas experiências que outra pessoa passou. A situação que uma alguém passou até pode ser igual a que outra pessoa também já passou, mas, a experiência pessoal, a maneira como essa situação foi encarada por cada pessoa, é única. Ninguém vê a vida, as coisas e o mundo como você vê. Portanto, não há no mundo todo, duas pessoas que sejam exatamente iguais.

O que está acima é uma grande maravilha de Deus, é algo que faz u mundo ser tão belo como é, é isso que dá valor à vida. Mas também é algo que muito pode prejudicar, e é basicamente por isso que nos ofendemos. Ora, se não existe ninguém igual a você, logo, é claro, ninguém poderá fazer as coisas exatamente do jeito que você quer, deseja e pensa. O que é bom para você, pode não ser para os outros que estão em sua volta. O que ofende você pode não ser o que ofende aos outros, ou que não ofende aos outros pode ser exatamente o que ofende a você. Isso embora pareça coisa ruim, é exatamente o que mais dá beleza ao mundo, ou seja, as nossas diferenças pessoais, individuais.

Infelizmente, essas diferenças que naturalmente embeleza a vida e o mundo é que tem causado muitos problemas. Mas, o quadro pode ser diferente. Precisamos apenas de um pouco mais de compreensão, tendo consciência de que a convivência entre pessoas só é possível se todos estiverem dispostos a perdoar uns aos outros. É o perdão que nos liberta para a vida, para a possibilidade de um relacionamento continuar existindo.

Quando alguém se decepciona com pessoas individuais ou mesmo com a igreja, tem duas opções: continuar decepcionado e afastado da pessoa ou da igreja, ou perdoar e continuar a vida de maneira sadia e plena. Para isto, um fato que pode ser levado em conta e ajudar muito diante desta decisão é lembrar que, assim como as pessoas lhe ofendem porque são diferentes de você, você pode ofender ou decepcionar as pessoas pelas mesmas razões.  Lembre-se, você não é igual a ninguém!

Ao invés de desprezarmos a benção que é termos um mundo repleto de pessoas diferenciadas, o que o torna muito mais bonito, deveríamos aproveitar isso ao máximo, aprendendo com as diferenças do nosso semelhante.

O perdão é dentre tantas coisas que precisamos vivenciar, uma das mais importantes para termos uma vida feliz. A falta de perdão nos prende como em cadeias.  Quem não perdoa prende-se a si mesmo e aos outros. A falta de perdão deixa as pessoas angustiadas, amarguradas e tristes, consequentemente levando-as a viverem doentes da alma e muitas vezes também do corpo físico. Muitas pessoas tem deixado nascer dentro de si grandes enfermidades físicas simplesmente porque decidiram viver uma vida sem perdão.

Ao olharmos as páginas da Bíblia, vemos que quem não perdoa não pode requerer perdão da parte de ninguém. Portanto, aquilo que queremos que nos façam, façamos antes. Se queremos perdão, perdoemos então. Se queremos amor, amemos. Se queremos ser aceitos e compreendidos, façamos o mesmo. Se queremos receber, dá é bem melhor.

As famílias precisam de perdão. Filhos precisam amar e perdoar a seus pais. Eles também são gente passiveis de erros, e na verdade, apenas querem o melhor para o s filhos, às vezes deixando de viver suas próprias vidas para ver os filhos tendo uma vida que nem mesmo eles tiveram o privilégio de ter. Consequentemente os pais além de amar, precisam perdoar seus filhos, pois os mesmos iludidos pela disposição da juventude segam para a realidade da vida, mas os mesmo apenas querem acertar, embora estejam errados muitas vezes. Mas, nem por isso desmerecem o perdão, o cuidado, a compreensão e principalmente do amor de seus pais. Esposos e esposas precisam viver diariamente o perdão, pois se assim , não for, o lar não subsistirá, tendo em vista que muitos são os problemas e lutas que precisam ser enfrentados todos os dias.

Precisamos liberar perdão a todos quantos temos que fazê-lo. Assim também devemos aceitar o perdão daqueles que liberam sobre nós. Afinal, estão liberando vida.

Lembrando que, liberar perdão não que dizer que concordamos com o que é errado, mas que embora as pessoas errem, elas tem valor. Perdoar é tirar de sobre nós mesmos e das outras pessoas o fardo que nos impede de viver uma vida feliz. Perdoar não é passar a mão na cabeça das pessoas com os seus erros. É simplesmente tirar delas e de nós as cadeias da infelicidade.

Pr. Cláiton da Silva Lima

Bel. Teologia

Estudante de Psicanálise Clinica

Pastor da Igreja Batista de Graça Aranha-MA